Por Jaqueline da Silva Paixão
Durante meu estágio no projeto “Mobilização para Prevenção aos Incêndios do Pantanal – Estação Ecológica de Taiamã e Rio Paraguai”, desenvolvido pelo Instituto Gaia, tive a oportunidade de vivenciar de perto a atuação de profissionais da biologia em uma das regiões mais ricas e ameaçadas do Brasil: o Pantanal mato-grossense.
A atuação em uma ONG ambiental é um campo vasto e fundamental para o enfrentamento dos desafios socioambientais do país. No caso do Pantanal, nos últimos anos marcado por ciclos severos de seca, incêndios e perda de biodiversidade, o papel do biólogo vai muito além do trabalho técnico em laboratório ou campo. É uma função que exige sensibilidade social, conhecimento ecológico e engajamento com as comunidades locais.
Ao vivenciar esse projeto, compreendi que o biólogo, quando inserido em uma organização não governamental, assume o papel de pesquisador, educador, articulador social e, sobretudo, defensor incansável da vida em todas as suas formas. Ao longo do projeto, acompanhei diversas ações integradas ao Plano de Manejo Integrado do Fogo da Estação Ecológica de Taiamã (PMIF – Taiamã) e participei de atividades no Viveiro Educador na UNEMAT.
A experiência incluiu minha participação em importantes espaços de articulação política, como audiências públicas e reuniões interinstitucionais com ICMBio, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira, SEMA e outras entidades. Nesses encontros, discutiram-se estratégias de prevenção e resposta aos incêndios florestais, reforçando a importância do conhecimento científico e da gestão participativa nas políticas ambientais.
Além do campo e das reuniões, contribui na produção de materiais educativos e informativos, como cards, vídeos e matérias para o site do Instituto Gaia, reforçando o papel da comunicação na sensibilização da sociedade para as causas ambientais. Essas ações de educação ambiental e restauração ecológica mostram como o biólogo pode ser um elo entre ciência, conservação e cidadania.
Ser biólogo em uma ONG é ter um compromisso contínuo com a conservação da natureza, mas também com a valorização das culturas locais e dos saberes tradicionais. É um trabalho de construção coletiva, onde ciência, educação e articulação comunitária se encontram.