16 Nov
16Nov

Estágio Supervisionado Laboratório Educare 

Jackeline Mylena Souza da Silva    

A atividade de campo desenvolvida individualmente, onde o principal objetivo foi buscar uma planta nativa, assim como coletar a semente e buscar informações da mesma, para isso, conforme o calendário realizado pela EMBRAPA, que traz o período mensal de coleta de frutos e sementes, pude buscar informações de plantas que tinha seu período de frutificação a partir do mês de outubro, diante disso, a espécie escolhida foi o Jenipapo, visto como uma planta nativa, de total importância em reflorestamento, principalmente em mata ciliar, valorizada por tribos indígenas como corante de corpo, entre outros pontos importantes, incluindo fonte de renda.            

 A coleta dos frutos foi realizada no dia 12 de outubro de 2021, na cidade de Cáceres MT, na rua dos Cesteiros, bairro Santa Rosa, em um terreno baldio. Para a coleta foi usado um apanhador, feito de cabo de madeira e garrafa pet. A planta possuía caule, cor marfim e folhas simples, lisa e de cor verde intenso, não estava com floração, possuía frutos, em sua maioria verde, o local onde foi encontrada estava com o solo seco, porém, ficou notório que quando em período de chuva, o local fica todo alagado, o que não deixa de ser uma coisa boa, visto que essa planta se dá muito bem com esse tipo de lugar.             

O jenipapo (Genipa americana L.), da família Rubiaceae, é uma espécie secundária tardia, com características de clímax, de crescimento moderado que ocorre em todo país (Carvalho 1994). Sua distribuição geográfica no Brasil abrange desde a Guiana e Marajó até São Paulo e Mato Grosso. Fora do Brasil, sua distribuição também é vasta, estendendo-se do México às Antilhas (GOMES, 1982).            

 O jenipapo é uma espécie funcionalmente dioica e é caracterizado por apresentar folhas opostas, simples, oblongas-obovadas, coriáceas, curto-pecioladas, com duas estípulas interpeciolares e inserção oposta; as flores são campanuladas de corola branca a amarela, suavemente aromática; fruto anfissarcídio, ovoides, indeiscente, cor amarelo-alaranjado, com epicarpo pardo e com aroma característico levemente fermentado (CARVALHO, 2003; SOUZA). Segundo Campelo (1988), é uma planta arbórea que pode atingir até 10 metros de altura. Inflorescências em cimeiras axilares ou terminais. Como destaque Pott e Pott (1994), a espécie apresenta flores de setembro a dezembro e frutos de outubro a fevereiro. Seu fruto é uma baga comestível, é composto por um invólucro carnoso, sementes chatas e polidas, é recoberta por uma camada adocicada e possui um aroma marcante. A formação de mudas dessa espécie é predominantemente efetuada por sementes, também podendo se propagar por enxertia (CARVALHO, 1994)            

 Os conhecimentos relacionados ao jenipapo tornam-se indispensáveis para estudos de regeneração de áreas degradadas e no entendimento sobre seu estabelecimento (Santos, Silva-Mann e Ferreira, 2011). É relacionada como espécie de mata ciliar e aparece também em listagens que abordam a ocupação florística ou os aspectos silviculturais que orientam a indicação de espécies para fins de recomposição florestal (CRESTANA, 1995), da mesma forma é encontrado em partes mais secas. Pode-se dizer que é indicado o seu uso para reflorestamento, não somente para a finalidade de conservação de fundo genético, mas também como uma ótima fonte de renda.                

Essa espécie, de relevante importância econômica, vem se tornando boa opção para os pequenos agricultores, tanto pela madeira como pelos frutos de valor comercial, além de poder ser utilizada na arborização urbana (Costa et al., 2005). Essa espécie também é muito reconhecida pelo seu uso como corante de corpo, nos indígenas, indispensável no uso medicinal, sendo indicado como estimulante de apetite, anemia, sífilis, entre algumas outras. O fruto quando maduro, se encontra no ponto de ser comido.    

                       

Referências bibliográficas

Carvalho, P. E. R. 1994. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, Colombo. 640 p. 

CARVALHO, P.E.R. Espécies arbóreas brasileiras: Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, vol. 1. Brasília, DF: Embrapa informações Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003. 1.039 p. 

Costa, M. C., Albuquerque, M. C. de F., Albrecht, J. M. F. & Coelho, M. F. B. (2005). Substratos para produção de mudas de jenipapo (Genipa americana L.). Pesquisa Agropecuária Tropical, 35(1), 19-24. 

GOMES, R.P. Fruticultura brasileira. 8.ed. São Paulo: Nobel, 1982. p.278-281. Santos, A. R. F., Silva-Mann, R. & Ferreira, R. A. (2011). Restrição hídrica em sementes de Jenipapo (Genipa americana L.). Revista Árvore, 35(2), 213-220. 

POTT, A.; POTT, V.J. Plantas do Pantanal. Corumbá: Embrapa-SPI, 1994. 320p 

SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática - Guia ilustrado para a identificação das famílias de Fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. Nova Odessa, Plantarum. 2008, 704p.


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